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Sustentabilidade

Como ser um surfista sustentável? 7 maneiras de proteger os oceanos

André Gonçalves
1 de October 2020
Como ser um surfista sustentável? 7 maneiras de proteger os oceanos

Gold Coast, Austrália

És um Surfista Sustentável?

O nosso planeta está seriamente ameaçado, social e ambientalmente falando. Cabe a todos, desde governos a empresas até cidadãos comuns, defender as causas que mais ressoam connosco. Como amantes do oceano e da praia, os surfistas não são excepção e, acreditamos, devem até dar o exemplo. Quando se trata de proteger o oceano e ter um estilo de vida sustentável.

1 – Cuida do teu equipamento de surf e compra pranchas de surf sustentáveis.

Dependendo dos elementos que os compõem, bem como de onde são produzidos e como são transportados, as pranchas, os leashes o wax ou as capas para pranchas de surf têm o seu impacto ambiental. Isso significa que nem todos os produtos à venda são igualmente sustentáveis ​​- alguns são mais ecológicos do que outros.

Por exemplo, quando se trata de consumo de energia, um shaper ou uma fábrica de pranchas de surf que usa energia renovável proveniente de painéis solares é provavelmente mais sustentável (assumindo que os painéis são usados ​​de forma eficiente e descartados de forma responsável) do que um que usa energia de um combustível fóssil da rede de energia.

As pranchas de surf de madeira também são mais ecológicas se essa madeira vier de uma floresta gerida de forma responsável (geralmente com certificação PEFC ou FSC). Ainda melhor se a madeira for proveniente, transformada, fabricada e usada localmente. Pranchas de surf feitas de materiais renováveis, reciclados, reaproveitados ou outros que reduzem a toxicidade também são mais ecologicamente correctas.

Se estás a pensar em comprar uma nova prancha de surf, verifica onde e como ela é produzida e quais alternativas ecológicas que existem. Lembra-te de que há um novo conjunto de padrões conhecidos como Projeto Ecoboard que certifica as pranchas de surf como mais ecologicamente corretas do que o normal. Além disso, lembra-te de que podes estender o ciclo de vida do equipamento de surf de alguém. Porque não procurar uma prancha de surf em segunda mão (provavelmente mais acessível)?

Se estás preocupado, com estas pranchas ecológicas e se podem afectar o teu desempenho no surf: nem por isso.
Como diz Mick Fanning no vídeo abaixo, “se não estiveres em tour, com certeza devias estar a surfar numa prancha de surf sustentável”.

2 – Fatos de Surf : fatos de surf sustentáveis e ecológicos

susustainable wetsuit benefits eco friendly
Praia da Rocha, Portimão

Qual a importância de obter um fato de surf ecológico? É uma grande importância, já que os fatos de surf mais vendidos no mercado hoje são feitas de neoprene. Fatos que podem ser ser feitos de petróleo perfurado ou de calcário extraído. Se tens fatos de surf e não olhaste cuidadosamente para os materiais com que estes foram fabricados, muito provavelmente pertencem a esta categoria. E tudo bem!

Em vez de o deixar de lado, ainda que em bom estado de conservação, a coisa mais sustentável e ecológica a se fazer a seguir é usá-lo pelo maior tempo possível, reparando-o sempre que necessário. Fazer isso significa estender o ciclo de vida deste produto, fazendo com que menos fatos de surf precisassem ser produzidos. Logo, menos poluição proveniente da produção.

Escolhe arranjar o teu fato e ao longo do caminho vais também dominando a arte de costurar ou pagando a alguém alguns euros para fazer isso, fortalecendo a comunidade local (Nalu Project).

Existem algumas empresas inovadoras que vendem fatos de surf mais sustentáveis ​​e ecológicos. A maioria destes fatos de surf são feitos de borrachas à base de plantas e sem cloro, como Yulex (Patagónia e Deeply) ou NaturalPrene.

Em relação ao desempenho, na maioria é igualmente bom ou melhor – há apenas uma desvantagem: o preço. O que é sempre o problema quando o mercado ainda é pequeno. Mas se puderes pagar 10-15% a mais, estás a ajudar o mercado a crescer e, eventualmente, com o tempo e mais consumidores a entrar no mercado, os custos e o preço irão diminuir.

3 – Wax e protetor solar sustentável

Sabias que o wax é principalmente produto de petroquímicos perigosos que são baseados em combustíveis fósseis? Uma vez que estes produtos químicos tóxicos passam da prancha de surf para a água, estes são prejudiciais aos oceanos. Levando à loluição dos ecossistemas marinhos e prejudicando os recifes.

Mas existe uma melhor maneira. Há novos ingredientes mais naturais e orgânicos que estão a aparecer e parecem ser uma alternativa muito interessante. Por exemplo, a cera de abelha é 100% natural e não contém aditivos prejudiciais.

Ao mesmo tempo, os protetores solares também não devem ser esquecidos, pois também contêm substâncias químicas nocivas. Substâncias, como octinoxato e oxibenzona, que deixam os ecossistemas marinhos, incluindo recifes e espécies de peixes, em perigo. Como assim? Porque naturalmente, os protectores solares tendem a sair da da pele e acabam dissolvidos na água.

Portanto, da próxima vez que comprares um novo protector solar, garante que ele não seja feito destes produtos químicos prejudiciais. Se for produzido de forma ética, sem óleo de palma e ainda melhor em uma embalagem sem plástico. Na Future Eco Surf School, temos o prazer e o orgulho de fazer parceria com a Eqlove. Marca essa, certificada de cosméticos orgânicos inspirados no surf.

4 – Sê sustentável, minimiza o impacto das tuas viagens de surf

Agora que sabemos que ser um surfista sustentável inclui estar atento ao nosso equipamento de surf, a próxima coisa óbvia a se observar é a poluição que os surfistas causam quando surfamos. Sim John John, nem todo mundo tem o privilégio de viver a poucos passos de uma onda de sonho!

Como ser um Surfista Sustentável?

A questão é: quase todos os surfistas precisam de algum tipo de transporte para chegar ao oceano. E se tu achas que a tendência recente de vergonha de voar iniciada por Greta Thunberg não é algo que te deva preocupar, porque na verdade não voas muito, então é melhor verificares este artigo comparando a poluição de aviões e carros. Resumindo, ele afirma que, a menos que leves 3 outras pessoas no carro, conduzir pode ser tão poluente quanto voar.

Qual é a alternativa então? Bem, ou juntas-te a um grupo de partilha de veículo do WhatsApp ou Facebook (ou inicia um se não houver nenhum) ou (se for possível) podes ir de bicicleta. O transporte público, principalmente comboios e autocarros, também podem ser uma opção?

Apesar de tudo isto, é claro que todos nós queremos viajar e surfar nas melhores ondas do mundo! Tenta encontrar um equilíbrio saudável na forma como viajas: por exemplo talvez possas surfar no estrangeiro a cada dois anos enquanto surfas em casa entre esses mesmo dois anos ou talvez possas incluir a Indonésia e a Austrália numa viagem, em vez de cruzar o mundo duas vezes num curto período de tempo.

No pior cenário, lembre-te de que poderás compensar as tuas emissões de carbono. Resumindo, isso significa investir em projetos que ajudem a armazenar o carbono atmosférico que emites. Alguns exemplos comuns de compensação de carbono incluem projetos de regeneração do solo. Outros como, plantio de árvores autóctones (locais) ou instalação de painéis solares em vilas subdesenvolvidas.

5 – Evita a poluição por plástico: sê sustentável e ajuda a proteger os oceanos

surf sustainable plastic pollution ocean
Praia de Alvor, Portimão

Ser um surfista sustentável vai para além do surf em si. E além do básico, não mandar lixo fora (incluindo beatas de cigarro), levar os nossos sacos reutilizáveis ​​quando vamos às compras, carregar as nossas garrafas de água e reciclar sempre que possível. Há muito mais mudanças sustentáveis ​​que um surfista sustentável pode-se preocupar.

Se deres uma leitura rápida ao livro zero waste home de Bea Johnson’s – uma das primeiras e mais influentes personalidades do movimento de estilo de vida de desperdício zero – há muito mais que podemos fazer. Alguns Rs vêm antes da reciclagem.

Em primeiro lugar, devemos recusar as coisas de que não precisamos (como amostras grátis ou folhetos). Bem como, reduzir o que compramos ao que é verdadeiramente essencial, adoptando um estilo de vida mais minimalista. Logo, devemos sempre tentar reaproveitar as coisas que possuímos pelo maior tempo possível, arrajando-as sempre que se partirem ou danificarem. E só então devemos deitar fora o que é biodegradável ou reciclar o que não é.

Escolhe roupas feitas com tecidos naturais como o algodão em vez das feitas com fibras micro-plásticas (como neylon, poliéster ou acrílico). Além disso podes comprar de pequenos produtores locais que ajuda não apenas o meio ambiente, mas também a economia local. Lembras-te de lojas a granel? Há uma muito boa aqui em Portimão, conhecida como Armazém Integral – experimenta!

Existem também algumas coisas fáceis e baratas que podemos fazer de maneira diferente quando se trata de plástico. Podemos levar os nossos próprios sacos de frutas / vegetais reutilizáveis ​​(plásticos ou tecidos) quando formos às compras em grandes lojas para que possamos reabastecer os nossos produtos básicos. Usa ainda sabonete sólido e shampoo (evitas assim as embalagens de plástico) e escovas de dente de bambu.

6 –  Participa ou organiza limpezas de praia e proteje o oceano da poluição por plástico

Se pedires aos teus amigos e familiares que levem um saco de plástico (reutilizável, mesmo pequeno) com eles todas as vezes que forem à praia e os encorajares a fazer uma caminhada saudável na praia enquanto pegam o plástico que encontrarem, isso já é uma grande vitória.

Mas participar numa limpeza organizada de uma praia é uma história totalmente diferente. Além de conheceres novas pessoas que partilham os mesmos valores de protecção do oceano, fortaleces os teus laços comunitários. Ficas também em contato mais próximo com o oceano e dedicando assim o teu tempo e atenção para evitar que outras espécies – de baleias e golfinhos a peixes, de aves a crustáceos – que se aleijem e morram potencialmente. Aquele sentimento de que estás a contribuir para o um bem maior definitivamente vale a pena.

7 – Apoiar organizações locais e globais que trabalham para proteger o oceano

Há mudanças importantes e valiosas que podemos fazer no nosso estilo de vida para viver uma vida mais sustentável. Existindo outras causas que requerem atenção urgente e profissionais dedicados em diferentes áreas. É por isso que apoiar (seja financeiramente ou com o teu tempo e experiência) ONGs – especialmente as locais e nacionais – ajuda-te a teres um impacto mais amplo e imediato.

Então, por que não apoiar estas redes que trabalham arduamente e às vezes contra interesses poderosos com o teu trabalho? Provavelemente existe Fundação Surfrider nacional, uma equipa do WWF ou outra organização perto de ti a fazer um trabalho relevante. Seja a proteger o oceano ou outros tesouros naturais comuns. Ajuda-os!

Aqui em Portugal, temos a sorte de ter uma equipa da ANP / WWF que ajuda a proteger o nosso oceano, floresta, água e clima. Mas há outros movimentos como Zero, Geota, LNP e entre outros a fazer um ótimo trabalho também e tornar-se sócio custa apenas 5-10 eur / ano.

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