Dia Internacional da Biodiversidade
Este dia, reconhecido a nível internacional, pretende realçar o significado da palavra “biodiversidade” bem como a sua importância para a existência de vida no planeta.
A biodiversidade refere-se à diversidade de organismos e às relações complexas entre os seres vivos e entre eles e o ambiente.
Esta teia de relações é um bem precioso para o equilíbrio dos ecossistemas naturais. Sendo de grande importância económica para a humanidade, particularmente no que diz respeito às exigentes necessidades na produção alimentar e no controlo e tratamento de doenças.
É a base da vida no Planeta e um dos pilares do desenvolvimento sustentável. A riqueza e a diversidade de vida tornam possível o “fornecimento de serviços” dos quais dependemos.
Serviços esses como:
- a qualidade da água que bebemos;
- o ar que respiramos, os alimentos;
- a polinização;
- a proteção contra as inundações, entre muitos outros exemplos;
No entanto, a espécie humana está a usar mais de 50% da biocapacidade do planeta.
Exemplos disso, tais como, o consumo excessivo, o aumento da pegada ecológica, o crescimento da população e a agricultura intensiva. Estas, são as causas principais deste acontecimento que se torna cada vez mais devastador e preocupante.
A perda da Biodiversidade é cada vez maior. Atingido cerca de 65% de declínio das populações globais de mamíferos, aves, anfíbios, répteis e peixes nos últimos 50 anos.
Muitos dos ecossistemas encontram-se degradados, não tendo capacidade de prestar na sua totalidade os seus valiosos serviços.
Causas da perda da Biodiversidade
Das principais causas que contribuem para a perda da biodiversidade destacam-se as alteração dos habitats, a exploração excessiva dos recursos naturais, a introdução de espécies exóticas invasoras e as alterações climáticas.
O desaparecimento das zonas húmidas, em concreto, tem um impacto incalculável na biodiversidade.
São ecossistemas frágeis, muito dependentes das variações regulares do clima. Estas zonas albergam inúmeras espécies dependentes da água, apresentando uma elevada riqueza biológica.
Presente nestes locais, destaca-se a importância das pradarias de ervas marinhas e a necessidade de as proteger. Atualmente, estas zonas são um novo foco e alerta das Nações Unidas.
Biologicamente ricos e muito produtivos, estes ecossistemas fornecem habitat para muitas espécies que as usam como refúgio e proteção, protegem a costa da erosão, filtram a água de agentes patogénicos e poluentes e outros benefícios para as comunidades locais.
Um Planeta Sustentável depende da Biodiversidade
É de extrema importância manter a saúde dos ecossistemas de ervas marinhas.
Estes ecossistemas fornecem alimentos e meios de subsistência a milhões de pessoas, suportam a rica biodiversidade e constituem uma das reservas de carbono mais eficientes do planeta, no combate às alterações climáticas e no desenvolvimento sustentável.
No sul de Portugal, esforços têm sido feitos pelo Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve na tentativa de proteger estas áreas de tal importância e de grande sensibilidade às mudanças.
Este grupo de investigação, foca os seus estudos nos benefícios ambientais que as pradarias marinhas fornecem. Especialmente no que se refere à forma como estas contribuem na mitigação das alterações climáticas através do sequestro de carbono.
Um estudo efetuado em 2001 revelou que a Ria Formosa era a zona de maior densidade de cavalos-marinhos do mundo.
No entanto, os estudos atuais revelam um decréscimo de 90% na última década, o que torna as populações de cavalos-marinhos particularmente vulneráveis a fatores de pressão.
Hoje em dia a biodiversidade e a conservação da natureza têm que ser encaradas como uma oportunidade de atuação de determinados territórios de minimizar os efeitos das alterações climáticas, sendo que a presença das atividades humanas é essencial para manter os valores que as caraterizam.